Textos de Segunda: 08 de março.
Emanuelle Oliveira / Acervo Pessoal |
O texto de hoje era sobre outra coisa, porém dada a importância da data, fiquei me perguntando se não seria mais prudente falar sobre aquilo que esperam que eu fale, e me comportar de acordo com o calendário.
Sabe quando você se sente
pressionado a fazer algo porque é o que esperam que você faça? Que você caiba
num padrão pois é o que combina com o arquétipo? Pois é, parte da dureza e da
necessidade de um dia dedicado às mulheres passa por todos esses medos, imposições
e expectativas.
Esperam que sejamos
perfeitas, enquanto queremos apenas o direito de viver nossas vidas de acordo
com nossas próprias vontades.
Eu não sei se realmente sei o que é ser mulher. Acredito que ainda estou
aprendendo, vivenciando, experimentando.
E por diversas vezes já me senti inadequada apenas por ser quem sou, por
querer viver minha verdade.
Não quero cair no clichê de dizer
o quanto é ruim não se sentir segura na rua, o quanto é frustrante ganhar
menos, ou o quão degradante é ser culpada pelas animosidades da postura do outro, que não te respeita pela roupa que você usa ou pela foto que tu posta.
Sinceramente, diferentes mulheres dizem do quanto tudo isso e outras tantas
coisas incomodam todos os dias, e tem quem ainda não entenda.
Não é sobre isso que quero
escrever. Quero escrever sobre o quanto você, mulher, que está lendo esse texto é
incrível, forte, sábia. O quanto você pode sim escrever a sua história e ser
dona da porra toda. Quero te lembrar de
acreditar em si, de ter seus planos, seus sonhos. E de que você pode sim ir lá
e meter as caras.
Um dia uma Marta, uma Luiza, uma
Rachel, uma Elza, uma Maria da Penha, uma Giovanna Heliodoro, a senhora sua
mãe, a senhora sua tia, suas irmãs e amigas meteram a cara e fizeram algo, por
menor que pareça ser, e fortaleceram ainda mais essa nossa luta. Então não
duvide desse mulherão que você é.
E você, rapazote que lê esse
texto, diga, não só com palavras, o quanto as mulheres da sua vida são
importantes para você, e o quanto você valoriza a presença delas em sua vida.
Não só hoje por ser uma data marcada, mas todos os dias.
Feliz dias, moçoilas!
Nós vemos na segunda que vem.
PS: Excepcionalmente hoje não teremos segunda foto no texto pois nem a benção de uma foto (coisa simples e midiática) que seja realmente representativa, que inclua mulheres negras, brancas, mulheres trans, diferentes corpos e etnias reunidas não encontrei. Logo, quanto ao dia, não se iluda! Apesar de todos os avanços ainda temos muito chão pela frente!
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Texto: Emanuelle Oliveira
Edição: Nanda Catarcione
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