The Good Place é ruim ou bom?

Pra responder essa pergunta eu vou te dar algumas informações e você decide ao final se vale a pena assistir ou não, tá? (Mas já te falo de antemão que vale sim! hehehe) 

Com 4 temporadas, a série produzida por Michael Schur, que é o mesmo produtor de Brooklyn-99, distribuída nos Estados Unidos pela NBC e no Brasil e em Portugal pela Netflix, possui episódios curtinhos, com mais ou menos 20 minutos cada. Eu acho que isso aí já é um ótimo motivo pra começar a assistir! :) Ela teve sua 1ª temporada em 2016 e finalizou em 2020, sendo indicada para o Emmy desse ano nas categorias: Melhor série de comédia, Melhor ator em série de comédia, Melhor atriz coadjuvante em série de comédia, Melhor ator coadjuvante em série de comédia, Melhor roteiro em série de comédia. Eu sinalizo mais detalhes dessa indicação nesse post aqui.

No elenco a gente encontra os já conhecidos Ted Danson ("Três solteirões e um bebê", "Acertando as contas com papai", entre outros da Sessão da Tarde) e Kristen Bell ("Frozen", "Veronica Mars" e outras comédias românticas) e também estreantes emblemáticos como D'Arcy Carden, Jamila Jamil, Manny Jacinto e William Jackson Harper. Uma das aclamações da crítica a esse elenco foi o desenvolvimento dos personagens e como eles vão evoluindo, fruto também da dedicação e entrega dos atores.

"Ok, Nanda, a gente já sabe agora quem são os atores, que foi indicada ao Emmy, aonde passa, as temporadas... Mas ela conta que história?" - vocês me perguntam. E eu já explico! Já prepara pra possíveis spoilers, hein! O enredo trata de uma mulher chamada Eleanor Shellstrop (Kristen Bell)  que morre e vai parar no "bom lugar", porém ela começa a perceber que está ali por engano e que há outra Eleanor que deveria estar ali e não é ela. A personagem fica no dilema: falo que houve um erro e vou pro "lugar ruim" ou continuo aqui e deixo a outra Eleanor no tormento eterno? Mas e se me descobrirem, o que será que acontece comigo? 

Com o passar do tempo ela vai descobrindo que não é o único "erro" ali e desmascara o plano de Michael (Ted Danson), que é um demônio e arquiteto do "lugar ruim", que criou o tal "bairro" disfarçado de "bom lugar" para atormentar os 4 humanos recém chegados. 

Daí por diante é que a treta começa. Michael tenta refazer o "bairro" arquitetado e Eleanor descobre de novo e isso se repete centenas de vezes depois. Durante esses "restarts" do lugar, Eleanor, Chidi, Jason e Tahani se unem pra conseguirem entrar no "bom lugar" de verdade, mas não vai ser tão fácil assim. 

A partir daí é que a série vai ganhando sua forma e sua graça, pois vai inserindo mais e mais conceitos filosóficos e éticos, de uma forma tão didática e sarcástica, que você vai rindo das piadas críticas e geniais, com muito sarcasmo e acidez e quando vê... tá lá refletindo! Tem um roteiro muito fluido, com falas atuais e da contemporaneidade, incluindo memes, cultura pop e por aí vai.

Particularmente, a terceira temporada ficou enfadonha pra mim (e também pra algumas outra pessoas), muitos acham que a série se perdeu ali, e eu simplesmente larguei de mão por um bom tempo. Com o retorno da 4ª temporada e com muita insistência de amigos, eu insisti e dei continuidade. Acontece que na 3ª temporada, o grupo dos 4 humanos que já tem o demônio Michael e a assistente Janet ao seu lado, descobre que o "sistema" que julga, separa e envia os humanos para o "bom lugar" ou "lugar ruim" está "quebrado". Nessa altura nós vemos os personagens muito mais amadurecidos e evoluídos, onde se juntam e tentam encontrar uma forma de "consertar" esse sistema. E aí que na 3ª temporada o enredo talvez tenha dado muitas voltas em torno disso e a sensação é de que a série "não anda", sabe? Mas aqui eu te digo pra insistir, que já já fica legal e tudo isso vai fazer sentido! 

Questionadora e existencialista, The Good Place não puxa sardinha pra nenhuma religião e ao mesmo tempo não falta com respeito a nenhuma delas. A 4ª temporada já dá essa guinada pras coisas irem tomando seu rumo e, pra mim, foi a mais reflexiva de todas, não deixando de lado a leveza e humor! Ela é cheia de conteúdo e densa, como toda a série em si, e além disso é mais filosófica ainda, com um final bastante subjetivo. Aqui eu não vou te dar spoiler do final, mas digo com toda certeza que "Está tudo bem!". Ok... não vou dizer só isso, seria muita maldade e eu não entraria no "bom lugar" por isso, então eu falo mais um pouquinho... É um final bastante satisfatório e cada personagem tem o seu final, dando a oportunidade de o espectador entender, de acordo com o que acredita, o que acontece na vida após a morte. Ou seria na morte após a morte? Oops... Eu achei o final do Michael o melhor, inclusive!

Espero que tenha conseguido te ajudar a decidir se vale a pena ou não assistir essa série de aquecer o coração, e se você já assistiu, me fala nos comentários o que eu esqueci de colocar aqui (mas avisa dos spoilers, hein!).

Dedico esse pequeno dossiê de The Good Place às minha amigas que me apresentaram a série, que não me deixaram desistir e esmorecer na 3ª temporada e viajaram na conclusão filosófica e libertadora e linda dessa obra do Michael Schur: Rafaele e Gisele Moraze, suas lindas! 

Só um P.S.: amanhã tem post de música (Cássia Eller e Nando Reis!), então voltamos a falar do Emmy na quinta-feira, porém colocarei umas curiosidade sobre o evento no meu Instagram: segue aqui pra ver. :)

Até a próxima!

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Texto e edição: Nanda Catarcione.