"Paciência" - Lenine: uma reflexão para além dos tempos de pandemia.
Hoje, nós iremos trazer para vocês uma análise da música “Paciência”, do cantor e compositor pernambucano Lenine.
Fazendo primeiramente uma breve apresentação, Lenine é um artista bem renomado e premiado nacional e internacionalmente. Nos seus 37 anos de carreira, ele mantém uma trajetória artística rica e memorável, pois ao longo desse tempo vem se destacando como cantor, compositor, arranjador, instrumentista, letrista, ator, escritor e produtor musical, além das suas formações como engenheiro químico e ecologista.
O artista é ganhador de cinco Grammies Latino, dois prêmios da APCA (Associação Paulista
de Críticos de Arte) e doze prêmios da Música Brasileira, segundo os dados que constam em seu site oficial. Lenine é simplesmente todos os talentos juntos em um só ser!
Esse
grande compositor, em uma entrevista dada no Imperator Centro Cultural João
Nogueira, conta que a música “Paciência”, lançada no ano de 1999, teve uma
grande exposição na época e surgiu de uma maneira simples, quase que
psicofonada, segundo o próprio Lenine! Até hoje, ela é a mais pedida em todas as
suas apresentações e o público não se conforma e lamenta muito quando o cantor
avisa nos shows que a música não está no repertório.
Durante
esse período de quarentena, tenso e doloroso, que estamos vivendo no ano de
2020, a letra de “Paciência” entrou quase que de imediato na trilha sonora de
nossas vidas. Estamos atualmente, num momento em que os nossos sentimentos
estão “a flor da pele”, e com isso buscamos na música um conforto e um pouco
de alegria para lidarmos com esse isolamento social, tão difícil pra humanidade.
Essa música do Lenine nos proporciona uma reflexão profunda sobre a forma em que vivemos e de como enfrentamos a correria de nosso dia a dia. Temos andado com muita pressa, querendo que tudo aconteça muito rápido e muitas vezes sem nem sabermos o motivo exato para tanta celeridade. A verdade, é que muitas vezes, a gente corre sem saber direito aonde queremos chegar. E esse tempo agora, em que estamos tendo que enfrentar uma terrível pandemia, tivemos que desacelerar e perceber o quanto a vida é tão boa e que podemos sim fazer as coisas com mais calma, a fim de aproveitarmos melhor a cada instante dela.
Tal é a reflexão que alguns versos dessa obra merecem destaque e é o que faremos agora:
“...Enquanto o
tempo acelera e pede pressa,
Eu me recuso faço hora, vou na valsa...”
“Fazer hora” é nos permitir parar para observar tudo o que há de mais belo em nosso redor, seja
a paisagem a nossa frente, a Lua e o estrelado do céu, como também observarmos melhor as pessoas com quem convivemos, darmos mais atenção a quem amamos. É parar pra ler um livro, ouvir músicas e assistir os filmes e as séries que sempre foram deixados pra depois, pois tínhamos pressa e nunca havia tempo pra isso. É necessário, que vivamos o presente sem o desespero de chegar logo o futuro. A paciência é essencial, pois a vida é um processo com várias etapas e somos obrigados a passar por todas elas, sem pestanejar. Mas, a maioria das pessoas anseiam em chegar logo na conclusão de tudo, sem se permitirem observar o que acontece durante nosso caminho por esse mundo terrestre.
“...Será que é tempo que te falta pra perceber? A vida é tão rara!...”
Vamos
aprender a valorizar cada momento. A vida passa tão depressa, mas sempre há
tempo para apreciarmos o que há de melhor nesse mundo, buscarmos o que nos traz
felicidade, para enfim constatarmos que a vida vale sim a pena!
“...Enquanto todo
mundo espera a cura do mal
E a loucura finge
que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...”
Estamos vivendo como se fôssemos máquinas e não suportamos esperar por nada, isso ocorre por conta do avanço tecnológico que vem ocorrendo cada vez mais rápido no mundo. Nós naturalizamos a necessidade de ter tudo de forma imediata, como se fosse normal viver assim. As pessoas estão sofrendo de doenças psicológicas, como a ansiedade e a depressão por exemplo, por muitas vezes não conseguirem perceber que, muitas coisas essenciais na vida, necessitam de tempo para acontecerem, do nosso aguardo. Lenine nessa estrofe porém, admite o quanto é difícil agir assim, na espera, mas ele finge ter paciência.
“...O mundo vai
girando cada vez mais veloz,
A gente espera do
mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...”
O fato é que o planeta Terra não para. Ele vai girando cada vez mais depressa, e nós ficamos ansiosos querendo que tudo o que desejamos aconteça, de preferência sem demorar muito. Já o mundo, esse espera que tenhamos um pouquinho mais de paciência, pois a cada 24 horas, ele nos dá uma nova chance de sermos pessoas melhores e conquistarmos a nossa felicidade.
E aí, gostaram? Quais outros versos merecem destaque pra você? Vamos trocar as infinitas análises que essa música nos possibilita!
Até a próxima!
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Texto: Priscilla Dutra
Edição: Nanda Catarcione
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