Meu primeiro intercâmbio (Parte 4: Contratempos)

Mas nem tudo são flores em um intercâmbio, meu povo... Alguns obstáculos existiram, mas nós conseguimos superar todinhos. E para isso tivemos que contar uns com os outros, pois só tínhamos nós mesmos ali tão longe de casa! Nossa união e determinação, além de apoio mútuo, nos levou a um final feliz!! 

Fomos os cobaias primeiros a participar desse Programa do Ministério do Turismo em parceria com a CAPES, então muitas algumas coisas deram errado. Decidi postar sobre isso para que vocês, queridos leitores, saibam que nem tudo foram flores, para contar a realidade mesmo. 

Para início de conversa, nosso edital mudou após termos nos inscrito no programa e com ele a data da nossa ida (adiantada em 1 mês!) e também a nossa bolsa (de mais ou menos 800 euros em duas parcelas para 480 euros em uma única parcela! - me corrijam se eu estiver errada, pessoal!). Daí que foi uma correria brabísssima para arcar com os trâmites para viajar (passaporte, passagem, dinheiro do visto*, etc...). 

Mas, quando nós chegamos em Portugal, alguns alunos tiveram problemas de saúde, uma menina estourou o tímpano, outro teve alterações bruscas de pressão, outra com amigdalite, eu achei que tava com problemas de circulação, entre outros. Então quando fomos ao hospital resolver esses problemas, tínhamos que pagar porque éramos estrangeiros, e nunca entendíamos, pois tínhamos um seguro, até então. Porém, após correr atrás disso, descobrimos que o seguro que tínhamos em mãos não era seguro saúde (obrigatório para entrada na Europa), mas era um simples seguro escolar, ao qual todos os alunos da escola (portugueses ou não) adquirem quando ingressam na mesma. 

Ou seja, nós entramos no país sem seguro e tínhamos que pagar por todas as consultas e exames, além de estarmos irregulares no país. A diretora da escola nos ajudou muitíssimo nos prestando socorro na medida do possível, disponibilizando carro e motorista para nos levar na clínica e deixando-nos usar o telefone para nos comunicarmos com o Ministério do Turismo, para enfim resolver esse assunto. 

A princípio o governo brasileiro insistiu que o seguro que tínhamos era Seguro Saúde, então ficamos uns dias nesse "é-não-é" com eles, através de e-mails e telefonemas. Por fim, quando reconheceram que "se confundiram" (conforme disseram), pediram para pegarmos o dinheiro da nossa própria bolsa e comprarmos um seguro. WHAAAT???!! 

Usamos maior parte de nossa bolsa comprando roupas de frio, que nem o pessoal do Sul brasileiro tinha roupa suficiente praquele frio europeu!! E além disso, eles nos garantiram o seguro, a bolsa não era destinada para isso. 

Então meu antigo coordenador da faculdade se juntou com os outros coordenadores e solicitaram que nos dessem verba para adquirir o seguro, urgentemente. Depois de algum tempo e pressão daqui e dali, eles enfim nos liberaram a verba, ao qual conseguimos comprar o seguro, que muito nos ajudou posteriormente. 

Foi um incômodo sem tamanho, pois sinceramente tivemos os sentimentos de traição, irresponsabilidade alheia, lesão e decepção com um governo que deveria cuidar de nós. Além disso, a luta para conseguir resolver esse problema foi muito estressante e cansativa.

Obviamente que nem tudo o que aconteceu em relação a esse assunto do seguro eu escrevi acima, pois ainda não possuo uma liberdade de expressão e imprensa tão perfeitas assim. Sendo assim, aconselho a ler tudo sobre o intercâmbio que escolher fazer, por exemplo o edital, a passagem, tudinho mesmo! Perguntar sobre todas as dúvidas que tiver, indagar mesmo que pense que está sendo chato, porque o primeiro e principal prejudicado será você mesmo, infelizmente. E surpresas desagradáveis ninguém gosta, né? 

E sobre o seguro que eu contratei, eu super recomendo! Foi o da Porto Seguro, clica aqui pra saber mais sobre e contratar quando quiser. Eu fiquei com dor de garganta na última semana de intercâmbio, e os médicos foram no hotel pra me consultar. Os remédios eu tive que comprar, mas não eram caros, gastei menos de 10 euros. Além disso, os médicos são super atenciosos, os atendentes (brasileiros e portugueses) também, até me ligavam pra saber se eu tinha melhorado! <3 

Então essas foram algumas das adversidades que mais nos lesaram, mas juntos nós conseguimos superar e também nos ajudou a ficarmos mais espertos quanto a isso. 

*O visto para Portugal é apenas para estudantes, turistas não precisam de visto. Nós pagamos R$ 319. Sim, foi do nosso bolso. Portanto, mesmo que o intercâmbio seja pelo governo, você vai gastar um dinheirinho. Então tenha um cofrinho de intercâmbio! ;)

Ainda continua... 
Até a próxima! Beijinhos. 


Nanda Catarcione